quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ESTAR POR ESTAR !! SIM OU NÃO ?

Os tempos não auguram infelizmente grandes motivos de optimismo, mesmo quando se invocam hinos à esperança ,num ritual de palavras que os homens teimam em contradizer com actos.
Os tempos não estão para estar por estar.
Bem sei que não faltam criaturas que desviam os olhos da realidade e se contentam com a ilusão de que o mundo é um sitio onde os dramas sociais não têm lugar e põem-se a fazer e editar livros .
Outros os que o tal apelida de falta de moral , individualistas e narcisistas políticos desculpam-se que a sociedade sempre foi e há-de ser marcada por desigualdades e incompreensões partidárias.
Enfim um teste anacrónico da indecência humana , castigo de um destino manipulado por um deus menor.
A verdade é que a crise atravessa toda a sociedade e os governos das nossas terras tornaram-se artíficies da desgraça anunciada e do desacreditar das populações .
Os interesses vorazes do totalitarismo inviabilizam o dialogo e a construção de uma gestão participativa, rasgando tratados, construindo uma justiça transparente apenas e só a sua medida mesmo que tenha sido condicionada.
É um sinal de uma impunidade em que até o próprio ar se envenena, como se o futuro das próximas gerações seja uma espécie de morte a prazo.
Tudo, em nome de quê?
No plano nacional e local assiste-se à cavalgada de uma anemia cívica, como se a indiferença funcionasse como a única tomada de posição.
Vemos fábricas que encerram e empresas que se deslocalizam para outras paragens.
Assistimos ao desemprego que se alastra e lemos que a fome é companheira de cada vez mais portugueses, bem como o universo de violências especialmente das crianças , a ineficácia da justiça ,a corrupção transformada em negócio corrente que mina a credibilidade dos políticos e que se transforma na verdadeira e cruel concorrência da iniciativa empresarial.
No plano moral e de cultura de cidadania !
Assistimos nos últimos dias a nível local à cultura da desresponsabilização cívica pela absoluta falta de visão, de ideias e de projectos e de capacidade de expressão política.
Assistimos a discursos e retórica barata em discursos fracos e deprimidos.
Assistimos ao desvario de edição de livros manhosos com gastos sumptuosos do erário publico camarário em época nítida de crise e de fome.
Assistimos a vitimização de fracas pessoas que ao serem eleitos para um determinado mandato vão invocar a “gripe das aves ”para saír em retirada chamando aos seus seguidores partidários de falta de moral.
Assistimos á destruição de princípios éticos da democracia quando mais uma vez se invoca a família” filhos do filho “ e o resolver os problemas dos familiares em contraponto com os princípios da moral de servir e de não servir-se em benefício próprio como tem vindo a acontecer.
Assistimos lamentavelmente em vez da luta por projectos de Coimbra que estão a ser aniquilados , veremos daqui a uns tempos que irá ser comprado não desta vez um “parecer “ mas sim um” atestado de médico “para justificar-se um abandono de natureza física( porventura de falta de coluna vertebral) e anímica
Estar por estar é a pior coisa que se pode acontecer , mas abandonar por abandonar é um crime mesmo na justiça transparente de tráfico de influências que leva à desresponsabilização com os eleitores que o elegeram.
Num artigo de opinião de Abril de 2010 escrevi”
“Mas se continuarem a deixar andar , andarem a tratar só das suas negociatas ,não trabalharem e quiserem fugir dos problemas que criaram , a sociedade civil não os vai deixar porque vão ter de ir até ao fim de festa mesmo que sejam dias penosos , caso contrário cá estaremos para lhes chamarmos tudo e podem crer que teremos toda a razão.”
Caros conimbricences;
O tempo está a dar razão mas não deixem que alguém sem ética vos engane e fuja dos problemas que criou... e quer deixar Coimbra a “artistas indefesos” para depois como é habitual descartá-los e chamá-los de falta de moral.
Quando os ouço, leio e vejo, verifico que os tempos não estão nada, nada fáceis….para eles .
Mas como diz o poema ‘vemos, ouvimos e lemos /não podemos ignorar’
Horácio Pina Prata.


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