De Bruno Vale :
Perdoe a ousadia da sugestão mas há coisas que merecem a minha reflexão. O conceito "Centro Comercial a Céu Aberto" é encantador... talvez pela fonética... não sei. Contudo deixe-me partilhar consigo uma teoria. Gosto de viajar e em algumas viagens dou por mim a fazer comparações legítimas de quem gosta da sua terra e tem inveja de sítios onde o que se faz faz-se bem.
Recordo três exemplos:
- Bilbao - um exemplo de ousadia política. Gastar-se tanto milhão do erário público para a construção de um megalítico projecto culural terá sido, à altura, controverso e pouco sedutor. A verdade é que a aposta está ganha. Mais do que ir ao Guggenheim vai-se a Bilbao. Não será de esperar tal postura em Coimbra mas a fórmula é "copiável"
- Florença (ou Roma, ou Veneza): Há a arte (sim, não nos falta), há a história (sim, não nos falta), há a boémia (sim, não nos falta), há cultura (idem) mas há mais! Há comércio vivo (que vive do turismo). Há reconversão de prédios e fachadas e incentivos ao comerciante para que actualize e adapte, há incentivos para as grandes marcas se instalarem (criando quarteirões animados , sofisticados), há limpeza e arranjos estéticos, há uniformização de mobiliário de esplanada, há flores, há encanto. Há roteiros em Roma, guias turísticos a encaminhar os turistas para o resto país. Há, nitidamente, uma atitude para o turista que se traduz em grandes ganhos para os vários intervenientes.
- Dubrovnik - 10 anos depois de terminar a guerra nos balcãs, Dubrovnik é cosmopolita como Veneza, elitista como Monte Carlo e aberto como Atenas. As grandes unidades hoteleiras estão lá, os cruzeiros chegam todos os dias, as grandes marcaas vendem, os comerciantes vendem...
Parece-me, Dr. Horácio Pina Prata, que o que estas cidades conseguem é encontrar o seu quê diferenciador. Trabalham-no inteligentemente, promovem-no até à exaustão, concebem programas de apoio ao empresário, ao investidor, ao empreendedor. Fixam a vontade de gerar riqueza!
Para Coimbra, o que espero, é que não se termine de vez com a lógica da repetição. Coimbra tem de estar mais à frente. Tem de ter ideias.Tem de haver um fio condutor que una a população: não podemos mais assistir à enfadonha repetição da imagem da velha universidade como elemento promocional da cidade.
Coimbra tem magia que é fácil de "logotipizar" e divulgar pelo mundo: tem rosas de um milagre, tem uma história de amor maior, mais intensa, mais bonita, mais trágica para oferecer, tem um fado único no mundo, tem num raio de 40 km praia, montanha, vinhas, leitão, doçaria.
Já vou longe! Gostava de ir consigo!
Caro Bruno Vale,
A sua mensagem reflecte o espírito de Agora Sim, Coimbra. Os exemplos que apontou demonstram igualmente o interesse em partilhar uma Ideia de Futuro.
Coimbra necessita antes de tudo de LIBERTAR AS ENERGIAS que tem dentro de si, e a sua mensagem é um exemplo. Quando conseguirmos fazer isso então sim, estamos a fazer uso de uma INTELIGÊNCIA COLECTIVA que é determinante para uma Coimbra capaz de identificar e por a funcionar os seus verdadeiros activos - as pessoas.
Agradeço profundamente a sua comunicação que, por reflectir muito bem o espírito que nos anima aqui publicamos.
Com um Forte Abraço,
Horácio Pina Prata
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