De António Ribeiro :
Para uma cidade com uma marca tão forte e intensamente vivida por quantos vivem, passam e visitam a cidade, Coimbra e a sua região, tem vindo a ser quase que criminosamente adiada do ponto de vista do turismo. Será porventura caso único no turismo um produto ter uma marca tão forte e não conseguir impôr-se nem no panorama nacional quanto mais internacionalmente.
Numa Região Centro que vê passar quase 6 milhões de estrangeiros pelos 100 concelhos que ostenta a NUT II do Centro e em que apenas 10% são as dormidas contabilizadas, é caso para dizer que algo vai mal no nosso reino... E se é assim do ponto de vista regional, imagine-se o que acontece com a nossa cidade e a sua região, aonde uma Empresa Municipal tudo tem feito para passar despercebida e pouco ou nada tem contribuído para esse relançamento de uma marca que reconhecida de lés a lés de Portugal, também tem o seu reconhecimento assegurado além-fronteiras, muito por culpa das suas gentes e da notoriedade dos serviços prestados.
Que precisa então Coimbra?
Como em tudo na vida de quem a compreenda, de quem sinta o seu pulsar e saiba o que ela pode dar, para que possa receber. Precisa de acabar com o atavismo em que caiu há décadas, precisa de acabar com o lixo e degradação física e social, ser dotada das mais completas infraestruturas básicas, necessárias e imprescindíveis ao seu desenvolvimento.
É que não há turismo sem condições mínimas de conforto, segurança e salubridade. Como não há turismo sem projectos de animação que apelem à vinda das pessoas e à sua fixação. Precisamos de um Centro de Congressos não megalómano, mas com qualidade, com um conceito de boutique e não de supermercado, em que o número de lugares não tem que ser grande (não estamos interessados em congressos para os quais depois não temos capacidade infraestrutural), mas antes multidisciplinar.
Precisamos de uma rede de museus sempre aberta ao público, museus que tirem dos caixotes as magníficas peças que detêm, museus que não sejam chatos, mas interactivos e cujo conceito permita a sua rentabilização. Precisamos de parques temáticos que sirvam Coimbra e a sua região, aonde pos sa sobressair a condição beirã em que Coimbra se integra, num parque dedicado à multisecular academia e aos nossos emigrantes. Parques temáticos, com uma vertente museulógica, mas igualmente de lazer, de diversão, de fixação... com uma dimensão que não pode ser apenas regional, nem sequer nacional, mas internacional.
Só assim poderemos merecer o investimento daqueles que ao longo dos anos foram deixando de acreditar em Coimbra e vendo esta região como uma mera zona de passagem, aonde Coimbra assume num qualquer circuito comercial internacional umas escassas duas horas...
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