segunda-feira, 10 de agosto de 2009

OUVIR COIMBRA : BAIXA COM GENTE - CENTRO COMERCIAL A CÉU ABERTO (em 3 partes ) - Agora Sim, Coimbra

À Exma D. SUSANA DUARTE :

Em primeiro lugar um agradecimento muito sincero pela participação da D. Susana Duarte, enaltecendo a sua GRANDEZA E GENEROSIDADE CÍVICA.
Um texto tão rico de propósitos e sentimentos não poderia deixar de ser motivo de publicação. Isto é : Agora Sim, Coimbra.
Dada a extensão e riqueza do texto que recebemos em OUVIR COIMBRA, permitimo-nos dividi-lo em três partes que serão colocadas em sequência :

1ª Parte - A Descoberta da Baixa - Componente do Espaço e da «Economia».
2ª Parte - Componente de Cuidados Continuados de Saúde, Assistência e Vigilância Sénior.
3ª Parte - Propostas de Solução : Componente Social - Os Nossos Idosos - Que queremos Séniores Vencedores.

1ª PARTE : A Descoberta da Baixa - Componente do Espaço e da «Economia».

Por motivos profissionais, nestes últimos meses desloco-me, com frequência à baixa de Coimbra. A baixa era-me quase desconhecida, mas tive a sorte de ter um cicerone conhecedor do terreno, pelo que encetei um processo de descoberta dum espaço que caía, gradualmente, no esquecimento.
Descobri a baixa, as pequenas praças escondidas (linda a Praça do Romal). Percebi a realidade de 900 habitantes, a maioria idosos, dos comerciantes a sobreviver em condições limítrofes da heroicidade e hoje fui tocada pela vergonha, pela raiva, pela estupefacção da cidadã que teve a péssima ideia de atravessar a baixa às 14 h: com o comércio local encerrado, atravessar a Adelino Veiga é obra de vulto: olhares oriundos de locais esconsos, de esquinas decadentes e, pior, essa espécie abjecta que se roça nas portas e solta a veia poética em frases que fariam Henry Miller corar de vergonha.
Tenho 50 anos, julgava poder andar, de dia, na cidade que habito! Tenho, por temperamento, o hábito de falar com as pessoas. Em conversa local, percebi o que sentem face à realidade que ali vivem… Hoje, entretanto, acabei a confidenciar a minha revolta e a decisão: vou escrever aos Candidatos… A resposta veio rápida: “faça isso… fica a esperança que façam alguma coisa. Já não acredito mas quem sabe?!”.

CONTINUA ....

2ª PARTE : Quarta-Feira - 12 de Agosto de 2009
3ª PARTE : Quinta-Feira - 13 de Agosto de 2009

CONTINUE a subscrever a nossa candidatura Agora Sim, Coimbra .
CONTINUE a fazer-se ouvir em OUVIR COIMBRA .

PARTILHE a nossa mensagem com FAMILIARES E AMIGOS .
Bookmark and Share

2 comentários:

  1. Concordo com o centro comercial a céu aberto, aliás sou um defensor de um centro comercial a céu aberto a funcionar desde as 9 até às 4 da manhã. Mas para isso são necessárias outras medidas, é preciso iniciativa, inovação, criatividade, arrojo e sobretudo coordenação. Ou seja, um plano de intervenção com principio, meio e fim, onde se inclua o realojamento dos moradores, intervenção urbanística e incentivos ao investimento. A zona histórica está velha, suja e cansada.

    ResponderEliminar
  2. Eu não sei se este espaço permite discussão de ideias, mas na duvida, arrisco. Permita-me concordar e discordar. Ou seja, concordar com o centro de comércio e lazer (vivo, dinâmico e com um forte componente cultural variada, sensível a diferentes perspectivas artísticas) mas não com o realojamento dos moradores locais, nomeadamente da baixa e por dois motivos:
    1. o que aconteceria no espaço de tempo em que o referido centro encerrasse portas? Não será necessária muita imaginação para encontrar a resposta
    2. são as pessoas que constroem as cidades, que lhes atribuem caracteristicas singulares, alegria, bem-estar, cor. Não me parece já ser credivel a ideia de locais destinados a uma função e esvaziados quando essa função cessa. Recentemente tive o prazer de estar num local que me encantou pela forma como o espaço parece aproveitado: centro de um comércio imenso e de muita qualidade e, ao mesmo tempo, de lazer, com musica, espectaculos simples mas de bonito efeito, etc. Ao mesmo tempo é um espaço habitado por gente real, gente que ali trabalha, ou não. Por outro lado (e mais importante), as pessoas têm o direito a viver no espaço onde criaram raizes, onde estão as fotografias dos avós, do neto nú num tapete de pelúcia, do gato, os tapetes corroidos pelas travessuras de filhos e sobrinhos e até mesmo onde perduram os odores a creme facial feito em casa, a barrela e a sabão de Marselha (sei bem que estou a esquecer os outros odores menos romanticos). Creio que não podemos continuar a criar deslocados ainda que em pequena escala mas sim a procurar encontrar soluções que assegurem qualidade de vida, seja através de intervenções locais, seja através de grupos organizados ou ainda de voluntários não voluntariosos (não é minha a expressão mas adopto-a como tal, que me desculpe o ilustre criador). Entre as primeiras situam-se as obras de apoio e reparação, nas segundas o apoio organizado na area da saude e nos terceiros alguns bons exemplos de que poderia dar exemplo mas que visam ocupar muitos reformados ainda jovens e, quem sabe, constituir um acrescimo ao ordenado.
    Fica mais este desabafo. Não quero ocupar espaço que não me pertence mas permita-se sonhar com uma cidade mais aprazivel e que faça jus à sua inquestionavel beleza mesmo para quem, como eu, veio para aqui desterrada sem direito a dizer não. Na candidatura em apreço vejo alguns dos sonhos... fica o voto sincero de que se cumpra a obra!

    ResponderEliminar